Cheguei em casa cansado, depois de enfrentar um dia cheio de
problemas. Foi um daqueles dias que mereciam uma comemoração, mesmo que
simbólica. Celebrar a capacidade de “matar um leão por dia” é algo que vale muito
a pena.
Ela já estava em casa. Me recebeu com aquele sorriso que me conquista
e desarma. Qualquer problema perde todo sentido, diante daquele presente que Ela
me oferece gratuita e naturalmente, sem qualquer esforço.
Eu a convido para sair. Chope, bom papo e um ambiente com música
ao vivo eram o suficiente para espairecer e abandonar toda a tensão daquele dia.
Ela, por outro lado, parecia saber o que eu realmente precisava. Sair e
aproveitar um chope é bom, mas já percebeu o quanto ficar em casa e sentir o aconchego
de um abraço, pele na pele, olho no olho, é gostoso?
Independente do lugar, o que eu mais precisava naquele
momento era sentir o doce sabor da reciprocidade. Ela sabia exatamente disso. A
singularidade daquela mulher me impressiona. Ela me conhece de um jeito que não é
necessário falar. Sabia que eu precisava daquele sorriso, daquele olhar, daquele
abraço, no exato momento que entrasse em casa. Impagável.
Me joguei na proposta dela. Viver aquele instante, mesmo com
toda simplicidade, era se deixar envolver por um pedido sem condições de recusa.
Vem cá, fica comigo.
Música ao vivo é bom. Ativa os sentidos e relaxa. Mas você já
percebeu o efeito causado pelo silêncio, quebrado apenas pela intensidade de um
beijo?
Ela é assim. A resposta de uma pergunta que ainda não
fiz. A descoberta diária, mesmo quando seu humor não é dos melhores. Minha
força, quando sou fraco. Meu ponto fraco, quando me acho forte.
Até esqueci do cansaço. Percebeu o efeito que Ela me causa?
João Borges
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