segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

AQUELE PRIMEIRO BEIJO QUE TE DEI


Quando queremos muito alguma coisa, é difícil não criar expectativa, mesmo que ela tenha o tamanho da unha do seu menor dedo do pé. E não é que isso seja ruim, pelo contrário. O que atrapalha são os excessos.

Uma expectativa boa gera cuidado com preparação, uma dose de ansiedade, sorrisos gratuitos, adrenalina, suor frio, aquela tremedeira imperceptível nas pernas e tantos outros sintomas. Olhando uma pessoa assim, é muito fácil perceber que está apaixonada.

Imagina só. Você está aguardando e, finalmente, terá a grande oportunidade. O primeiro beijo é um marco importante, apesar de muitos homens não darem o seu devido valor e os tempos atuais não darem tanta importância a isso.

É chegado o grande dia. O grande momento. Tudo preparado. De repente, ele ou ela aparece e você poderá dar seu primeiro beijo no seu filho ou sua filha, que acabou de nascer.

Poderá dar seu primeiro beijo no seu pet, que acabou de chegar.

Poderá receber o primeiro beijo da criança que acabou de aprender como estalar a boca, quando encostada no seu rosto.

Poderá dar seu primeiro beijo em alguém muito especial que, de tão longa viagem, demorou para chegar.

Ah, claro, também poderá dar o seu primeiro beijo no seu namorado ou namorada. Aquela pessoa especial que faz seu coração bater mais forte, cada vez que existe o encontro.

Não haverá outro primeiro beijo. Não haverá outro primeiro encontro. Então, valorize o momento. Aprenda a repetir a dose, quantas vezes forem necessárias. Viva intensamente cada uma delas, porém dê valor ao marco inicial.

A partir dali, serão alguns beijos roubados, mais sorrisos gratuitos, outros motivos de tremedeiras nas pernas, outras histórias, outros momentos, outros instantes.



João Borges
Escritor – Joinville/SC

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