"Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com
frequência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar" - William
Shakespeare
Isso mesmo, mulher. Não estávamos
acostumados a encontrar mulheres reais. Essas que não se escondem atrás das
submissões, que falam, decidem, tem força e coragem de sobra, sem deixar de
lado o coração e sua necessidade de amar.
Eu sei, talvez esse meu jeito
grosseiro ainda precisa de adaptações. Também sei que preciso de lapidação...
e de ajuda para isso. Por isso, estou na torcida para que o futebol com
amigos e a cerveja gelada abracem o romantismo e a poesia. Não, não quero traduzir futebol, cerveja, romantismo e poesia em masculino ou feminino. Já
estigmatizamos demais nossas existências. Tirando esse estigma, acredito que
você entenderá o motivo do abraço.
Ainda preciso aprender a te
amar, mulher. Não aquele tipo de amor que esconde nas entrelinhas um “preciso
de você”, mas o tipo que é um convite a transbordar o outro. Olhar o igual, mesmo sabendo das diferenças. Encontrar a beleza das almas que se somam numa matemática inexata.
É, mulher. Os tempos são
outros. As mulheres são outras, os homens também. Você aprendeu a conquistar
seu espaço. Nós, homens, precisamos reaprender.
Te amar nesse contexto, as
vezes, dá medo. Encontrar uma mulher decidida, forte, corajosa é colocar uma
dúvida na cabeça do homem: será que conseguirei acompanhar o seu ritmo? Por isso,
faço minhas as palavras de Shakespeare: “Nossas dúvidas são traidoras e nos
fazem perder o que, com frequência, poderíamos ganhar, por simples medo de
arriscar”.
Não é por medo de você, mas por medo de mim mesmo. De não ser suficiente, tanto quanto necessário. Medo de arriscar e acabar perdendo. Drama? Um pouco, talvez. Prefiro acreditar que ainda falta encontrar a receita do amor próprio. Saber de onde vem essa sua garra encantadora e assim encontrar um caminho convergente.
Não pense que te desejar irá
deixar de existir, entretanto te olhar de um modo diferente é necessário.
Que o desejo de uma noite passageira
possa ser substituído pelo eterno desejo de noites intensas seguidas de cafés
da manhã, por mais simples que eles sejam; de beijos de despedida seguidos de beijos de reencontro. Que possamos substituir o ter, pelo ser.
Ao invés de apenas contemplar,
que possamos aprender a buscar na raiz, o motivo da beleza da flor.
Com carinho
Homem
João Borges
Escritor – Joinville/SC
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