Não são poucas as vezes em que
nos vemos em situações onde a saída parece impossível. Que atire a primeira
pedra, quem nunca passou por dúvidas diante de decisões importantes a serem
tomadas. É incrível perceber as vendas nos olhos quando o problema é do outro.
Mais incrível ainda é não tirar as próprias vendas, pois não as percebemos.
Viver um turbilhão é um processo
que muitas vezes dói na alma. Os problemas parecem apenas crescer, os possíveis
caminhos se multiplicam, gerando confusão e incerteza. Entretanto cabe aqui um
provérbio japonês que diz: “as dificuldades são como as montanhas. Elas só se
aplainam avançando sobre elas”.
Desistir não é o caminho.
Encarar o problema com força e coragem, utilizando-se de alguma ousadia e
criatividade, apesar de parecer clichê, é a receita para que o provérbio se
faça realidade. As dificuldades na caminhada da montanha são os problemas da
vida, entretanto o objetivo não é ficar no meio do caminho, não é mesmo? Então,
o que estamos esperando?
Uma dica: não suba a montanha
sozinho ou sozinha. Andar é por sua conta, depende exclusivamente de você. Resolver
seus problemas também. Contudo, fica mais fácil quando temos pessoas que realmente nos
ajudam a subir, incentivam a caminhar, dão luz onde tudo parece uma grande
nuvem escura. A vida fica mais leve quando sabemos dividir o peso, equilibrar
as decisões. É a louca matemática da vida, onde o exato é, na realidade,
inexato. Onde o dividir significa multiplicar. Onde erros, absortos, se
convertem em lições e crescimento. Cabe a nós o cuidado de escolher as pessoas certas, para fazer parte dessa aventura, chamada vida.
No livro Nove Meses e Quarenta
Minutos, a personagem Amanda, desde sua infância, aprende com as dificuldades que sua existência lhe apresenta. Dessas que todos nós passamos e que fazem parte do processo
natural de amadurecimento. Ela vive num ambiente familiar tido como o ideal, ainda
assim as dificuldades insistem em fazer parte de sua vida. Até aqui tudo muito normal.
Até demais, alguns poderão dizer. Mas o que fazer quando o problema envolve
vida e morte? Para onde ir, quando uma decisão pode dar fim a própria vida? É, aparentemente
o topo dessa montanha ainda não foi atingido. Existe mais um desafio a ser
vencido, mais uma batalha, mais uma guerra, mais, e mais, e mais... Que bom que
ela não subiu a montanha sozinha.
O texto apresentado no livro,
leva a essas – e outras – reflexões. Subir a montanha é difícil. É uma tarefa
árdua e complicada. Exige coragem, apesar de todos os medos. Exige força,
apesar de todas as fraquezas. Exige decisão, apesar de todas as incertezas e
dúvidas. No fim, um resultado: a certeza da transformação.
Ninguém é o mesmo depois que
passa por algum tipo de dificuldade. Cabe a nós decidir o que pretendemos fazer
com a oportunidade do aprendizado. Lamentar o problema e frear própria história
ou olhar adiante e crescer?
Sempre em frente...
João Borges
Escritor – Joinville/SC
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