sexta-feira, 1 de setembro de 2017

VALORES - Precisamos conversar sobre isso!


Não estou falando sobre o preço das coisas, ou sobre indicadores da economia. Não quero falar sobre o quanto podemos pagar pelas coisas que compramos.

Se está caro ou barato? Bem, talvez possamos falar sobre isso sob outro aspecto: valores.

Fui educado por pessoas extremamente simples. Não tinham formação escolar adequada. Meu pai cursou até a quarta série do ensino fundamental. Minha mãe, até a segunda.
Apesar do pouco estudo, carregavam em si algo que herdaram de seus pais. Fizeram questão de ensinar coisas que hoje estão em falta no “mercado”. Sim, eles aprenderam o valor do respeito, da integridade, da disciplina, do amor às pessoas, sob os mais diferentes ângulos.

Se estivessem na escola, deveriam ter respeito aos professores. Se estivessem numa igreja, deveriam ter respeito ao ambiente e a fé. Se estivessem na presença de pessoas mais idosas, deveriam ter o respeito quase que hierárquico.
Falando assim, até parece que eles aprenderam seus valores com as forças armadas. Não, não foi. Eles viveram sob a tutela de pais que se faziam presentes, que corrigiam quando necessário, que ensinavam que o processo de amadurecimento é gradativo. Cada coisa a seu tempo.

Aprenderam as duras penas. Nem sempre foi fácil, é verdade, mas aprenderam. Tanto, que passaram adiante tudo aquilo que de mais nobre haviam recebido. Imóveis, carros, grandes patrimônios? Não. O maior patrimônio que puderam juntar foi a herança do respeito aos limites. Não dos limites que te impedem de seguir adiante. De cair e levantar quantas vezes forem necessárias. Me refiro aos limites que precisamos ter quando vivemos em sociedade.

É triste quando os pais terceirizam a educação. Acham que os professores nas escolas são os responsáveis para que as crianças aprendam respeito, disciplina ou integridade. 

Acredito que a ausência dos pais seja o primeiro passo para que o respeito aos limites, ao qual me referi antes, seja comprometido.

Parece cliché, mas a verdade é que os pais são os primeiros educadores. Professores, pela etimologia, ensinam, ministram. Se você não sabe o que é isso, te digo: direcionam seu filho ou filha, num processo que inicia na infância e vai culminar num palco, vestido com uma roupa diferente, gritando: “agora sou um PROFISSIONAL!” Na escola, seu filho ou filha aplicam e desenvolvem o que deveriam aprender em casa. Respeito, disciplina, integridade, enfim. Todos os valores quanto necessários para uma boa formação humana.

É triste quando assistimos tantos valores se perdendo e tantos outros sendo deturpados.

O que será de uma sociedade que acha ridículo uma mãe amamentar seu bebê em local público e permite agredir fisicamente um professor, matar um policial ou ejacular numa pessoa dentro de um ônibus?

É, aparentemente o limite do permitido não existe mais. O pior é assistir a tudo isso passivamente, esperando que o milagre da autorregulação aconteça.

Lembra do “caro” ou “barato”? Talvez nossa passividade será convertida em conceito de “caro” para nosso futuro.


Sou cidadão e pai. Faço questão de ensinar meus filhos, tendo por base os valores que me foram passados. Acredito que estar presente é um dos ingredientes essenciais para deixar filhos melhores para o mundo, ao invés de preocupar em deixar um mundo melhor para os filhos.

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