sábado, 12 de agosto de 2017

Super-homem ou meu pai? Os dois...

Quem de nós nunca fez essa associação: pai e super herói? Exatamente. Se não todos, mas a maioria de nós algum dia fez esse tipo de comparação.

Aquele estereotipo de um homem alto, forte, vestido com uma roupa bem colada a um corpo atleticamente esculpido, cheio de músculos, usando capa.

Quem é pai e assume esse papel na sua plenitude, pode (e deve) ser comparado, sim, a qualquer super-herói.

Você até pode rir lembrando das diferenças físicas do seu pai em relação ao super-herói. Alguns deles são baixinhos, carecas, barrigudos, não tem o rosto jovial, não possui músculos enormes nem tem o corpo atleticamente esculpido. Como comparar esse homem a um super-herói? É, fisicamente pode ser difícil, as vezes, mas os pais são dotados de um poder especial. Eles vivem as mesmas metamorfoses vividos pelos maiores heróis do cinema, tv e histórias em quadrinhos.

Os heróis usam identidade secreta para ocultar seus poderes e viver de forma comum. Pais de verdade não usam identidade secreta, vivem de forma comum e, pasmem, seus superpoderes não são ocultados. Uma palavra, um olhar, um sorriso, um abraço ou mesmo aquela forma peculiar de chamar a atenção dos filhos, são usados como motores da construção e modelagem do meu e do seu caráter.

Não levantam grandes pesos nos braços, mas carregam enormes pesos das suas responsabilidades. Super-heróis têm sentimentos quanto a essência da humanidade, os pais têm, na sua humanidade, o sentido de ser um super-herói. Super-heróis são impecáveis, os pais erram e acertam, caem e levantam, sorriem e choram. Sim, pais de verdade têm coração mole. Amam e choram, mesmo que você não veja.  

Ser pai é tão mágico quanto ser um super-herói. Já sabia disso enquanto vivi o papel de filho e comparava meu pai ao “homem de aço”.  Agora, como pai, vejo nos meus filhos o mesmo olhar que eu tinha. É um super-homem ou meu pai? Sim, os dois.


João Borges
Escritor - Joinville


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