Sigo vivendo em ritos.
Cresci, aprendi e assim me
mantenho. Até quando os ritos serão minha maior prisão?
A ordem, tão necessária, me afasta
do extraordinário.
Viver é preciso, mas viver
aprisionado não é viver.
Seria viver, morrer um
pouquinho todos os dias?
As gotas suaves da morte são
insípidas e carregam doses de pequenas dores. Aquelas que se suportam nos
silêncios diários. Que escorrem nas lágrimas que se misturam na água quente do
banho. As mesmas que são escondidas atrás de sorrisos abertos e olhares
fechados.
Meu grito não está entalado na
garganta, mas no profundo da alma, onde raramente alguém ouve.
Por que insistir no uso das
correntes que tanto machucam? Será impagável o preço da liberdade?
Quero sentir o doce sabor da independência.
Sair da zona de desconforto.
Me ajuda, Poeta Maior! As
palavras acalentam, mas não bastam em si. Preciso de um abraço de quem não pode
me abraçar. Do carinho de quem não posso alcançar. Preciso das virtudes do
tempo e do tempo exato das virtudes.
Preciso deixar a luz da lua na
poesia e voltar a ser sol. Sucumbir o grito da alma com o peso da paz e assim
voltar a sentir a vida correndo nas veias.
Meu grito de hoje é voltar a
ser eu.
JOTA B
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