terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

INSISTÊNCIAS

 


Parece incrível, mas ainda insisto no que me aprisiona.

Insisto em voltar no tempo que não me preenche, nas companhias que não me incluem, nos instantes irreais.

Insisto navegar em canoas furadas e sem remo. Dessas, sou capitão solitário.

Insisto em sonhos que não são meus. Luto batalhas que não são minhas. Jogo mentiras para mim mesmo. Insisto em pequenos detritos, enquanto há um universo à minha espera.

Me ajuda. Não quero ser coveiro dos próprios sonhos, menos ainda dos sonhos de outrem. Dos meus sonhos quero ser o engenheiro e o carpinteiro. Quero projetar e construir com as próprias mãos.

Não quero mais insistir no amor que já não existe. Nos sentimentos que não são recíprocos e no deserto de uma vida vazia.

Não quero gotejar esperança, quando posso abrir comportas com decisões livres, mesmo que assumindo riscos. Quero sentir medo, mas não ser preso a ele.

Quero preencher os espaços. Ser livre. Sair da jaula. Abrir as asas e alçar longos voos. Quero sentir o vento no rosto, a adrenalina tomar meu corpo e sentir o coração acelerado.

Quero novas descobertas, porque o que me aguarda sou eu, abandonado das correntes. Protagonista da minha história.

 

JOTA B


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