Parece incrível, mas ainda
insisto no que me aprisiona.
Insisto em voltar no tempo que
não me preenche, nas companhias que não me incluem, nos instantes irreais.
Insisto navegar em canoas
furadas e sem remo. Dessas, sou capitão solitário.
Insisto em sonhos que não são
meus. Luto batalhas que não são minhas. Jogo mentiras para mim mesmo. Insisto
em pequenos detritos, enquanto há um universo à minha espera.
Me ajuda. Não quero ser
coveiro dos próprios sonhos, menos ainda dos sonhos de outrem. Dos meus sonhos quero ser
o engenheiro e o carpinteiro. Quero projetar e construir com as próprias mãos.
Não quero mais insistir no
amor que já não existe. Nos sentimentos que não são recíprocos e no deserto de
uma vida vazia.
Não quero gotejar esperança,
quando posso abrir comportas com decisões livres, mesmo que assumindo riscos. Quero
sentir medo, mas não ser preso a ele.
Quero preencher os espaços. Ser
livre. Sair da jaula. Abrir as asas e alçar longos voos. Quero sentir o vento
no rosto, a adrenalina tomar meu corpo e sentir o coração acelerado.
Quero novas descobertas,
porque o que me aguarda sou eu, abandonado das correntes. Protagonista da minha
história.
JOTA B
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