Não quero falar de flores. Destas que se colhem para se
presentear. Essas flores morrem logo.
Quero falar das flores que se oferecem e se eternizam com um bom dia, como
foi seu dia ou estou com saudades. Daquelas que tem os espinhos de um assunto chato,
mas que tem o perfume de uma solução.
Não vou falar das coisas difíceis. Quero falar das
simplicidades. Desde aquele beijinho quando nos encontramos em público, até o
beijo mais intenso, quando as únicas testemunhas são os quadros pendurados na
parede em qualquer ambiente da casa.
Não pretendo falar sobre teu rosto lindo. Quero falar da beleza do teu sorrido e do teu olhar. Seriam eles cópias fiéis das leis da natureza?
Calor, frio, dias ensolarados e chuvosos, calmarias e tormentas. Parece muito,
mas é o equilíbrio vital que transmite vida e luz.
Quero sensações. Quero falar de aromas. Do teu
perfume que marca quando chegas e que permanece quando vais. Desse cheiro
inebriante, feito vício que me detém preso a tua pele.
Quero nossa ilicitude, quando desafiamos as
leis da física provando que a distância é uma questão de tempo e que
dois corpos ocupam o mesmo lugar no espaço.
Quero falar, porque simplesmente somos assim. Chegamos,
partimos, vivemos e entregamos aquilo que há em nós. Simples, verdadeiro e recíproco.
Simplesmente porque acontece. Simples assim.
Jota B